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O Deus do Cinema - Os Bastidores e a Metalinguagem do cinema levados a outro nível

  • Carol Oliveira
  • 13 de jul. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 14 de jul. de 2023

Distribuição: Sato Company


O Deus do Cinema é um filme Japonês, que retrata 3 épocas distintas no Japão, desde o cinema feito ainda em película e em preto e branco, até os dias atuais, pelo retrato do avanço da pandemia na região.

O longa prende desde o primeiro instante, ao nos apresentar o protagonista sobre uma ótica completamente negativa, um idoso de baixa auto estima, bêbado e viciado em apostas, de forma que nos minutos iniciais da trama, é difícil acreditar que seja este mesmo o protagonista de um longa denominado o Deus do Cinema.

Aos poucos porém, somos transportados para enquadramentos artísticos e ambientação de personagens completamente apaixonados pela 7ª Arte e rodeados por elas, em uma viagem ao passado que serve como uma verdadeira metalinguagem sobre a arte cinematográfica, a história do cinema japonês, o desenvolvimento da linguagem cinematográfica através dos anos, tendências antigas e o medo da originalidade e mais ainda, o desbravamento dos estúdios e seus bastidores e do passado dos personagens.

O Deus do cinema se mostra um verdadeiro filme dentro do filme, trazendo constantes referencias aos temas retratados dentro deles e as tentativas de ousadias técnicas e linguísticas no cinema, desde a predominância de filmes de romance e drama no passado, gêneros em que O Deus do Cinema se enquadra perfeitamente, á filmes que antes eram feitos sem enquadramentos artístico e planos muito abertos e apenas na altura do rosto, até a importância do protagonista em conseguir mudar isso, trazendo planos cheios de significado e curiosidades sobre os bastidores fáceis de compreender e que fascinam os cinéfilos, como tamanhos de película, frame hate e tendencias cinematográficas do cinema japonês.

O longa abusa das trilhas sutis e antigas, para criar a atmosfera de drama, romance e tensão familiar. Além disso, sua trama evolui junto de sua linguagem, onde de início somos apresentados a planos típicos das cidades japonesas que frequentemente encontramos em filmes orientais, até planos mais abertos e que não nos permitem um aproximação com o sentimento dos personagens que em alguns momentos parecem exageradamente expressivos para superar essa escolha cinematográfica.

Mas tudo isso se mostra justificável com as transições temporais em Flashbacks perfeitos que ajustam o conhecimento do espectador sobre a história, justificam o uso de tal linguagem, e aos poucos ajudam na evolução da narrativa que se torna mais artística, com mais planos próximos, que nos aproximam dos personagens e de seu passado e que geram objetos simbólicos e metalinguagens difíceis de serem ignoradas, adicionando camadas a trama.

Com uma história que oscila entre épocas, é difícil encontrar um publico que não goste do mesmo, se sentindo representado pelos personagens das mais variadas idades, nas mais variadas épocas e até mesmo na pandemia da Covid -19 que assolou o mundo.

A lição final aqui é ainda mais complexa e importantíssima para todos os artistas, a auto confiança em primeiro lugar, em acreditar que é capaz de grandes realizações, de não desistir de sua ousadia e de ser diferente, e apesar disso, fazer acontecer, pois nunca é tarde de mais para realizar seus sonhos e fazer a coisa certa.

O Deus do Cinema com certeza vale a experiência e já ficou marcado como um dos meus filmes preferidos.
 
 
 

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