Culpa e desejo é um filme de direção feminina, Franco- Noruegues, que participou do festival Variluz de 2023, bem como concorreu a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2023 e chega agora aos cinemas no dia 23 de novembro de 2023.
O longa extremamente polêmico, conta a história de Anne, uma profissional especializada em violencia contra menores, que em meio a problemas familiares, se ve em um relacionamento amoroso com o filho de outro casamento, de seu marido.
A trama para isso, aborda frequentemente temas como a velhice e ajuventude, o amor e o desejo, bem como problemas conuguais, ética trabalhista, adoção, familia e acima de tudo, culpa e desejo, colocando o espectador frente a situações pouco comuns e pouco aceitas na sociedade, em um dilema moral na espectativa de como essa trama se solucionará, fazendo com que apesar da narrativa clássica e levemente previsivel, prendamos os olhos a tela até o ultimo minuto, na espectativa por uma resolução, que nos nem mesmo sabemos qual esperemos que seja.
Para isso, existem alguns aspectos técnicos e artisticos do filme que valem a pena serem ressaltados, a começar pela direção de fotografia naturalista e de baixo contraste, mas que valoriza profundamente os planos próximos e intimistas, nos fazendo a todo momento nos relacionarmos com profundidade com os personagens, bem como eles o fazem durante a trama. É importante notar aqui, que apesar de muitos planos próximos, os planos mais abertos também surgem carregados de significados, ilustrando tanto aspectos do cenário e ambientação importantes, como ciume e distanciamento, com um simples olhar ou posicionamento de atores.
Estes atores por sua vez, nos transportam para personagens minimamente caricátos, o homem da casa, insatisfeito com o trabalho, velho, com problemas com o filho, que trabalha muito e que não tem mais a alegria e motivação envolvente de viver.
Anne, uma mulher de meia idade que sempre visa fazer o melhor para os menores de idade, com 2 filhas adotadas, preocupada com seus clientes e eficiente no seu trabalho, mas que se ve em um dilema pessoal entre amar o semelhante a ela, velho, e com histórias de vida, e o jovem, cheio de energia e aventuras, que lhe gera desejo.
E por fim Théo, o típico adolescente rebelde, inescupuloso e com atitudes impulsivas, mas que apresenta a Anne um mundo novo, cheio de aventuras e adrenalina.
Tudo isso, ainda é composto juntamente com as trilhas sonoras, que como de costume da diretora do filme, são todas originais para o longa, porém, pouco presentes, se fazendo existir apenas em momentos de maios extasse ou tensão, onde nesse segundo ponto, em alguns momentos é amplificado justamente pelo silencio total.
O ritmo do longa pode parecer lento para alguns, mas a tensão interpessoal entre os personagens e os dilemas morais, tornam suas cenas mais simples necessárias para a ambientação, de forma que muitas cenas cansativas de diálogos, rapidamente se tornam tensas e captam toda nossa atenção, como a um bom filme de drama.
O filme chega aos cinemas brasileiros com uma distribuição da Synapse Distribution, e vale a pena mencionar, que é baseado em um filme dinamarques denominado Rainha de Copas.
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