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Diários de Otsoga - Quando a arte fala mais alto!

  • Carol Oliveira
  • 21 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura
Cabine presencial no: Cine Petra Belas Artes
Pela: Sinny Assessoria
Distribuição: Vitrine Filmes

O longa metragem Diários de Otsoga se mostra capaz de ser diferente de tudo que você já viu antes. Mauren Fazendeiro e Miguel Gomes já retratam seu estilo português de narrativa desde a primeira cena, ao nos depararmos com um longa metragem com uma fotografia diferenciada, com aspecto de cinema caseiro e por vezes até mesmo granulado, gerando no espectador a dúvida... será esse mais um filme considerado de arte?

E não estavam enganados, Diários de Otsoga é tudo menos um filme tradicional, realizado em meio a pandemia, o longa mistura linguagens e narrativas, de forma que a trama não é definida, muito menos seus personagens. Mauren e Miguel nos colocam frente a um filme que nos gera dúvidas a cada cena, deixando o público vidrado tentando compreender o que está de fato havendo. E resolve estas questões ao mesmo tempo em que revoluciona novamente a narrativa com mais dúvidas e questionamentos em um filme completamente livre.


Diários de Otsoga é um longa metragem gravado em portugal em meio a pandemia, em um momento de tanta tensão e prisão domiciliar, o longa não poderia ser nada melhor do que o retrato de um sonho de liberdade, mas não uma liberdade qualquer, uma liberdade narrativa e temporal.

Aos nos depararmos com sua sinopse: Crista, Carloto e João constroem juntos um borboletário. Partilham o quotidiano na casa, dia após dia. Não são os únicos.
Imaginamos que iremos nos deparar com o cotidiano de 3 pessoas, provavelmente uma família, que tem que lidar com o isolamento social da pandemia e suas consequências, mas não é bem assim que a trama se desenrola.

O filme já se mostra inovador ao nos colocar frente a uma trama composta como a um verdadeiro diário, dividido em dias, retratados em forma de pequenas ações e situações que supostamente chamaram a atenção do dono do caderno, mas mais ainda, com dias que se passam de trás para frente, de forma que o que vemos agora é consequência de ações que ainda iremos ver.


Imagina-se assim que nos depararemos com um roteiro bem construído, muito pelo contrário, a trama não tem protagonistas, antagonistas ou problema a ser desenvolvido, chegando a ser muito semelhante a um filme de arquivo, e suas semelhanças com o mesmo apenas se ampliam, quando a trama se altera completamente, e vemos todo o planejamento e equipe de filmagem de Diários de Otsoga, o mesmo se transforma quase em um documentário em making off, surpreendendo a todos e ainda nos trazendo uma inovação de montagem ao nos depararmos com os próprios equipamentos em cena, planos longos e abertos e que poderiam ser considerados pouco artísticos, mas enganam.


Os diretores da trama não buscavam um filme documental, muito pelo contrário, a impressão que fica para os reflexivos cinematográficos, é que Diários de Otsoga cumpre exatamente o que se esperava, ilustrar a solidão, o desespero, a necessidade de fazer arte a todo custo, a velocidade com que tudo se consome e mais ainda, a importância de se fazer arte pela arte, arte livre e sem amarras, em que qualquer um pode ser o diretor, em que equipe pode ser protagonista e ator pode ser equipe, em um local em que amarrar e funções não são tão importantes quanto um plano bonito, um dia reflexivo e a sobrevivência frente a pandemia do corona vírus.


O longa chega aos cinemas no dia 16 de julho, distribuído pela Vitrine Filmes, o longa de origem Portuguesa e Francesa, é para os cinéfilos amantes de filmes reflexivos e que podem te chamar a atenção mais pelos sentimentos e questões, e até onde o ser humano pode ir para realizar o que ama, do que pela qualidade técnica de um momento e pelas amarras das regras do cinema.


 
 
 

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