Decisão de Partir - O novo filme de Park Chan-wook “Oldboy” e “A Criada”
- Carol Oliveira
- 21 de dez. de 2022
- 3 min de leitura
Cabine de Imprensa: Galeria Distribuidora
Distribuição: Diamont Filmes
Estreia nos cinemas 5 de janeiro de 2023

Filme coreano do mesmo diretor de Old Boy, A criada e Trilogia da Vingança, chega finalmente aos cinemas um dos filmes mais aguardados pelos fãs do diretor de cinema coreano Park Chan-wook, Decisão de Partir.
O longa merece grande destaque para a direção de fotografia, que abusa dos aspectos técnicos e dos planos diferenciados e bonitos, por vezes até influenciando na performance dos atores, que evidentemente foi marcada para que o enquadramento funcionasse da maneira correta.
Dentre esses planos encontramos planos aéreos feitos com drones, planos conjuntos com 3 profundidades de campo diferentes para a composição, momentos que o personagem para de andar no momento e local correto para evidenciar superioridade, além do famoso ângulo
holandês, para transmitir ao público o mesmo desconforto interno e externo com a situação que o protagonista enfrenta em seu dia a dia.

Para a iluminação, temos uma tonalidade mais acinzentada e azulada, evidenciando frieza, drama e o ligeiro suspense da trama, muitas vezes mascarado por diálogos cômicos do roteiro.
A direção de arte por sua vez, evidencia a frieza do ambiente, com poucos objetos em evidência, tendo mais destaque para alimentação. Além disso, no caso dos figurinos e maquiagem, a maquiagem é naturalista e sem grande destaque, enquanto os figurinos principais apresentam tons neutros que combinam com a ambientação da narrativa. O destaque aqui, vai para a personagem de Song Seo-rae, que frequentemente utiliza tons mais vivos, como o vermelho e o azul, evidenciando um destaque para ela, além de uma diferenciação e estranhamento frente os demais, tanto como chinesa vivendo na coreia, como por ser frequentemente suspeita de assassinato.

A produção não deixa a desejar, abusando dos personagens e locações mais variadas, sendo feita com maestria e detalhismo.
A montagem aqui é um dos aspectos que mais merecem destaque no longa, dado o fato que abusa de cortes rápidos entre as cenas, muitas vezes deixando pontas soltas que serão preenchidos futuramente, além de uma montagem que evidencia sempre o olhar de quem esta narrando a historia, como se esse personagem estivesse junto no momento em questão, dando assim mais dinamismo e um caráter diferenciado a história.

No quesito da Direção, nada se pode reclamar, apesar as evidentes marcações de personagem para os enquadramentos, o elenco se destaca, incorporando seus personagens de forma magnifica e com uma construção pessoal profunda.
Ja quanto ao roteiro e a narrativa em si, ela surpreende ao mesmo tempo que sua duração a deixa mais cansativa, um filme de mais de duas horas que necessita de muitas reviravoltas para que o crime possa ser resolvido, sem acrescentar muitas informações novas a trama, de forma que em determinado momentos ela parece perder o ritmo.
A trama porém, é complexa e profunda, trazendo para uma história que poderia ser facilmente caracterizada como de suspense, policial e crime, aspectos do drama e do emocional complexo dos personagens principais, tratando assim de temas importantes, como abuso de poder, relações abusivas, ciúme, investigação, desconfiança, depressão e insônia.
E não podemos esquecer do Designer de Som, com uma trilha marcante, sempre bem estruturada e que marca presença, contrastando fortemente com os momentos sem trilha, onde os pequenos sons de movimentações e sons dos personagens marcam presença, evidenciando ainda mais a atmosfera fria e dramática da narrativa.

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