Crítica: The Great – 1ª Temporada (2020, Tony McNamara)

Crítica para o site que já fui voluntária MINHA VISÃO DO CINEMA

Link da crítica no site:

https://minhavisaodocinema.com.br/2020/06/06/critica-great-1-temporada-2020-tony/

Confira a crítica na integra:

The Great é uma série de comédia dramática, criada por Tony McNamada e disponibilizada na plataforma de streaming norte americana Hulu. A série é uma adaptação do livro de mesmo nome, lançado em 2008 por McNamada. The Great é composta de 10 episódios e surgiu com a proposta de ser uma obra baseada na ascensão da imperatriz da Rússia, Catarina A Grande. Apresentando em sua trama alguns fatos históricos da conhecida Imperatriz, com toques de comédia e adaptações para a tela, que não permitem que seja uma adaptação fiel a biografia da mesma.

The Great, traz em seu elenco, nomes conhecidos da indústria do cinema, como por exemplo Elle Fanning como a protagonista Catarina, ela que por si só atrai ao público para assistir a série, principalmente por seus papeis nos filmes como Malévola e Por Lugares Incríveis. Catarina, ou melhor, Elle Fanning, agrada por toda a trama, de forma que é possível acompanhar ao longo da série a evolução da inocente garotinha de 15 anos que chega a corte Russa até o momento em como ela se transforma e amadurece, até decidir que quer fazer a diferença para a Rússia. Elle Fanning além de transmitir todo o amadurecimento de Catarina, também é uma personalidade que consegue fazer com que o público da série se padeça por ela, de forma que torcemos pelo seu sucesso e por que seu destino seja logo realizado. Tudo isso agregado às mudanças de atitude e decisões drásticas que ela faz e que futuramente virarão a marca registrada da Imperatriz Catarina A Grande, até os dias de hoje. Outro personagem importante para a trama é Peter, o imperador com quem Catarina se casa e de quem toma o poder, para dar vida ao personagem, foi escadado o ator Nicholas Hoult, conhecido por ser o protagonista do filme Tolkien, além de suas participações nos filmes Meu Namorado é um Zumbi e Mad Max: Estrada da Fúria. A atuação de Nicholas Hoult pode ser considerada a que mais se destaca em toda a trama, principalmente pelo caráter cômico, agressivo e excêntrico do imperador, sendo este o responsável por grande parte da carga cômica da série. Ele com certeza é o personagem que, depois de Catarina, apresenta mais tempo de tela, sendo também o que conduz a maior parte dos acontecimentos da série, principalmente devido ao fato de suas atitudes serem inesquecíveis e agregadas à sua posição de imperador dentro da corte, acaba por influenciar a todos e principalmente a Catarina. Apesar de toda a carga de comédia, a série não poderia ser melhor definida, como do gênero de Comédia Dramática, principalmente devido a densidade da trama que pesa ao espectador, tornando praticamente impossível assistir a todos os episódios de uma só vez, como os seriadores amantes de séries boas para maratonar gostariam de fazer. Isso acontece em The Great, principalmente devido ao fato da série carregar toda uma carga histórica, que apesar de não ser completamente fiel a realidade, se faz presente de forma magnífica, trazendo com isso aspectos para a trama que a tornam mais densa; e também que nos coloca no lugar de Catarina, vivendo a complexidade, as intrigas, os erros de Peter, as atitudes irresponsáveis, os problemas russos e os costumes tão distintos dos que estamos acostumados. Tudo isso misturado a episódios de quase uma hora, em que se não prestarmos total atenção, perderemos informações importantes, pois a maioria destas informações nos é passada em forma de diálogo e por mensagens subliminares entre os personagens, que o espectador atento tem o dever de captar. Apesar disso, The Great consegue compensar o drama e a densidade da trama com as situações e falas hilariantes que quando presenciamos, sejam através da vergonha alheia ou mesmo de respostas inusitadas para situações, é impossível não rir e não se surpreender com a Corte Russa.

Além da trama, The Great tem como forte e grande destaque, sua produção, abordando desde sua direção de arte, direção de fotografia até o trabalho de pesquisa que foi realizado para a concepção da série.

Pela direção de fotografia, esta claramente foi realizada de uma forma tão magnífica que vários takes com os quais nos deparamos, poderiam facilmente ser confundidos com uma pintura de época; tudo isso agregado a minuciosidade de elementos da direção de arte, que traz ao público uma precisão incrível de figurino, maquiagem e objetos de cena que nos transporta para a Rússia de 1750 desde a primeira cena.

O aspecto histórico se amplia ainda com a nítida preocupação dos produtores em levar para o espectador minuciosidades dos costumes, tratamentos e atitudes da época, como por exemplo, a maneira como os personagens se portam; as classes sociais dentro da corte; os planos de guerra; os animais valorizados, como o urso, e muitos outros elementos que só são possíveis de ser captados assistindo a The Great.

Assim, The Great acaba por ser uma série cômica, densa, dramática e histórica e que claramente não pode faltar no repertório dos cinéfilos e seriadores amantes de séries que são capazes de divertir e ao mesmo tempo educar na proporção certa.