Coletiva de Imprensa - Tia Virginia - Festival de Cinema de Gramado 2023
- Carol Oliveira
- 22 de ago. de 2023
- 4 min de leitura

Após a exibição do longa Tia Virgina no Festival de Cinema de Gramado, no dia 13 de Agosto, no Palácio dos Festivais, a equipe e elenco do filme compareceram a coletiva de imprensa realizada na Sociedade Recreio Gramadense na manhã do dia 14 de Agosto de 2023, trazendo novas perspectivas sobre as inspirações para o longa, bem como sua etapa de produção.
A coletiva que contou com presença do Diretor e roteirista Fabio Meira, além das atrizes Vera Hertz (que ganhou uma estrela na calçada da fama de Gramado), Louise Cardoso, Daniela Fontan e do Ato Antonio Pitanga, além da produtora Janaina Diniz Guerra, a diretora de arte Ana Mara Abreu e do diretor de fotografia Leonardo Feliciano.
Com respeito a idealização do longa e das inspirações do diretor e roteirista Fabio Meira, o mesmo nos revelou:
"Assim como 'As Duas Irenes', é um filme baseado em histórias da minha família. Mas enquanto o primeiro partiu de histórias que escutei de tias e mãe, que de alguma maneira eu reproduzi, 'Tia Virgínia' são que vi com os meus próprios olhos. Sempre fui acompanhando, tudo que acontecia. Sempre prestei atenção em como essas tias interferiam na casa, na vida real são 5 irmãs, no filme pra deixar as personagens mais complexas, diminui e são 3 irmãs, misturadas em termos de personagens. Já é meu segundo filme sobre essas mulheres. Devo fazer mais um e, assim, encerro esse capítulo da minha vida" Fabio Meira
O processo de produção do longa porém não foi simples, desde o processo de roteirização a composição do elenco e da direção de arte. Sobre isso, Fabio revelou:
"De roteiro são 10 anos, comecei no inicio de 2013. Em dezembro de 2013 eu ganhei um edital de desenvolvimento, viajei por várias cidades com as minhas tias, para escrever o projeto com elas. Mas não são realmente 10 anos, são 43 anos de pesquisa... a minha idade. E no final conseguimos fazer o filme com um edital do SindCine de 2016 que nem existe mais." Fabio Meira
Complementando a fala de Fabio, a conversa se prolongou assim:
"E ele tem um repertório de conhecimento sobre os nossos atores brasileiros. Na equipe, também teve essa delicadeza na escolha de cada pessoa. Temos uma parceria de 20 anos e mantemos um eterno desejo de trabalharmos juntos. Por isso vamos fazendo o que o outro precisa que a gente faça – é nosso combinado... Como produtora, minha sensação é que 'Tia Virgínia' não foi o primeiro filme porque ele precisava de maturidade. A cada tratamento, tínhamos essa impressão de que muita coisa estava presente, mesmo que não fosse dita, isto é, essa camada subterrânea, nem tão visível do filme. Isso é uma coisa que toma tempo, e foi acontecendo ao longo do processo de criação" Janaina Diniz Guerra
"Uma coisa que eu aprendi muito sedo, trabalhando na parte de elenco, é que devemos ficar calmos, uma hora os personagens vão escolher os seus atores, então cada um deles chegou ao filme de uma forma muito misteriosa, as atrizes realmente convocaram seus papéis" Fabio Meira.
"É bonito ver esses corpos cheios de histórias e acontecimentos. Vemos toda a história que está impressa ali. São corpos com potências e finitude. Tínhamos muita confiança no olhar da equipe o tempo inteiro. Havia uma poesia permanente no set de filmagem". Vera Holtz
Para transportar essa poesia afirmada por Vera para o set de filmagem, Fabio teve ajuda de uma equipe técnica perfeita, composta pela sua diretora de arte Ana Mara Abreu e seu diretor de Fotografia Leonardo Feliciano, que também participaram da coletiva.
"O filme se passa mais ou menos nessas 24 horas e, por isso, tem muitos aspectos de mudança de luz. A casa vai virando um personagem da história, mas de forma contida também, porque temos personagens incríveis em cena, foi uma ideia nossa fazer isso.. Demos um aspecto fantasmagórico pra casa, mas mantendo uma delicadeza de não passar por cima das boas personagens que tinham no roteiro." Feliciano
"O Fabio é incrível, um ótimo, diretor, produtor, inclusive produtor de objetos e que tem um olhar muito cuidadoso para a direção de arte e isso é um diferencial ótimo, trabalhar com diretores com essa sensibilidade. Trabalhamos com pouco tempo, e a experiência ajudou muito nesse sentido, mas tivemos o cuidado de não fazer o trabalho de uma forma mecânica e sim respeitando o tempo, para que cada um daqueles objetos e fotografias colocados naquela casa, trouxesse as camadas de vidas dos personagens" Ana Mara Abreu
E para finalizar a coletiva, Fabio ilustrou ainda a sua emoção de assistir ao filme mais uma vez e de vê-lo nas telas do Festival de Cinema de Gramado:
"Quando vi 'Gritos e Sussurros' (Ingmar Bergman) pela primeira vez, era adolescente e levei um susto. Pensei 'é um filme sobre a minha família'. E de uma maneira misteriosa. Os Natais eram tensos, e eu queria fazer um filme sobre isso. Mas não sabia colocar em palavras. Quando vi esse filme, era como se tivesse colocado em imagens e palavras esse sentimento. Assisti-lo me ajudou a entender minha própria vida e minha própria família" Fabio Meira
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