Coletiva de Imprensa - Memórias da Chuva - Festival de Cinema de Gramado
- Carol Oliveira
- 25 de ago. de 2023
- 3 min de leitura

A Coletiva de imprensa do longa de documentário brasileiro, de Wolney Oliveira, Memórias da Chuva, ocorreu no dia 14 de Agosto de 2023 durante a realização do Festival de Cinema de Gramado, contando com a presença do diretor, da pesquisadora Mayara Magalhães, da personagem do filme Livia Barreto, e o Fotografo Rogério Resende.
Para iniciar a apresentação do filme no festival, alguns personagens da trama subiram ao palco do palácio dos festivais antes de sua exibição e disseram:
"É um prazer participar desse festival tão falado no Brasil. Com esse filme, vocês terão a oportunidade de conhecer o maior luto que até hoje vivenciamos na nossa terra, no nosso estado” Vauvernagues Almeida.
“Há 21 anos estávamos em processo de mudança. É emocionante relembrar tudo isso. O documentário volta nossa emoção como um povo que se sacrificou e deixou para trás sua história e sua cidade para dar mais água ao Ceará”. Lívia Barreto, Secretária de Desenvolvimento Econômico de Jaguaribara.
Voltando a coletiva de imprensa do dia seguinte a exibição, a equipe e personagens trouxeram a tona a idealização do projeto, sua importância a aspectos de sua produção. O diretor de Memórias da Chuva, Wolney Oliveira, que já conta com diversos outros filmes produzidos comentou sua paixão pela profissão e pelo cinema, sendo inclusive o diretor do Festival de Cinema do Ceará o Cine Ceará.
"Para mim, um cinema que não te faz rir, chorar, se arrepiar ou se incomodar, não é cinema. Isso foi uma das coisas que mais me atraiu nessa história, o fato de ela ser tão incômoda. E sempre gosto de devolver o que estou pedindo emprestado de um tema, por isso estamos preparando uma exibição desse filme em praça pública, além do Cine Ceará, e estou curioso para ver a reação do público quando exibirmos lá... Sempre me interessei por contar histórias não contadas, apesar de que, no caso do 'Memórias da Chuva', era uma história que muita gente já conhecia pelo absurdo que foi – saiu na mídia e alguns curtas a respeito foram produzidos, por exemplo. Eles optaram por destruir uma cidade quando existia uma outra possibilidade que a pouparia. Em 2000, pouco antes da cidade ser demolida, minha ex-companheira (Margarita Hernández), que divide o roteiro comigo, tinha ido até lá filmar. Em 2017, Fortaleza já estava entrando em colapso, e o Castanhão tinha apenas 5% de água. Então decidi fazer o filme e bancá-lo, pois me considero um investidor de cinema no sentido de investir em boas histórias. Mais pra frente, ganhamos um edital da Lei Aldir Blanc – que no caso do Ceará, era um edital bem legal, que ajudou a financiar a produção de 17 longas, o meu entre eles". Wolney Oliveira
E falando sobre a pesquisa e arquivos utilizados para a realização do documentário, a pesquisadora, Mayara Magalhães, afirmou que o projeto foi um trabalho coletivo, porque os próprios moradores da antiga Jaguaribara guardam um enorme acervo que eles puderam utilizar para a realização do filme.
"Quando a gente fez as duas primeiras viagens, em 2017 e 2018, preparei esse material. Como é um fenômeno relativamente recente, era tudo acessível. Consultei trabalhos acadêmicos e matérias jornalísticas da época, entre outras coisas que os moradores mostraram. Quando veio o financiamento da lei, conseguimos avançar", Mayara Magalhães.
O diretor de fotografia Rogerio Resende acrescentou:
"Cinema documentário é a oportunidade de garimpar e contar histórias. Mas a fotografia num filme como esse é uma coisa muito complexa – você não consegue traçar uma estratégia ou um pano estético. As coisas vão acontecendo, a história vai se criando. Minha missão foi colocar na tela a emoção que eu sentia filmando e mostrar a grandeza das pessoas que apareciam ali".
Comments