top of page
Buscar

Angela - Filme social de Hugo Prata

  • Carol Oliveira
  • 22 de ago. de 2023
  • 3 min de leitura

51º Festival de Cinema de Gramado

O Longa metragem brasileiro, Angela, dirigido por Hugo Prata, diretor de Elis, grande sucesso do cinema nacional, teve sua estreia para o grande público no 51º Festival de Cinema de Gramado de 2023.

O Longa baseado na história trágica de Angela Diniz, uma socialite brasileira, conta a história da protagonista que após passar por um divórcio complicado, Angela conhece um novo amor, ou é isso que ela acreditava no momento em que ambos largam suas vidas para viver um romance a beira mar.

A protagonista Angela Diniz é interpretada pela renomada atriz brasileira Isis Valverde, conhecida principalmente por Faroeste Caboclo e sua participação em várias novelas como Avenida Brasil, Ti ti ti e A Força do Querer.

A trama do longa metragem gira em torno da alta sociedade, trazendo a tona a realidade dessas personagens que vivem uma vida de classe alta, rodeados de festas, fofocas e traições, de forma que é isso que forma suas personalidades até então, onde podemos notar uma protagonista construída apenas até certo ponto, pois logo na primeira cena do longa, percebemos sua classe social, a polêmica em que se encontra devido ao divorcio e a busca pela guarda de seus filhos, as fofocas que a rodeiam e influenciam em sua vida, sua ansiedade e vicio no cigarro e sua aparência que atrai olhares de todos os homens do local.

Alguns pontos porém ficam em aberto no longa, principalmente para quem vai assisti-lo sem conhecer a história da pessoa real Angela Diniz que faleceu em 1976, como por exemplo, qual a polêmica de fato, a história completa do porque Angela não ficou com a guarda de seus filhos, pois apesar de rumores permearem a narrativa, o espectador é colocado em um lugar em que não é capaz de estabelecer uma posição frente ao fato.

Além disso, ao ver uma protagonista rica, famosa, rodeada de beleza, eventos e homens, fica a questão em aberto... Como ela conquistou tudo isso? Quem é de fato Angela Diniz, quem ela era e porque ficou assim. De forma que uma identificação com a protagonista se torna cada vez mais complexa, quando nos deparamos tanto com seus erros de caráter quanto com seus problemas pessoais.

Esses por sua vez, são o que permeiam a narrativa, trazendo temas como o abuso de poder frente as classes sociais e ao abuso de força e poder jurídico pelos personagens masculinos, tudo isso, de forma implícita na trama.

A problemática das classes sociais vem da própria Angela, uma personagem que aparentemente sempre teve tudo que quis, tanto devido a sua aparência, como devido a sua riqueza, de forma que ao se perder em meio a seus próprios problemas, buscar uma vida melhor e não querer nada menos do que acredita merecer, acaba por entrar em conflito com a empregada de uma casa, a mesma que posteriormente acaba sendo sua única e verdadeira amiga, que intervém pela sua felicidade, uma reviravolta digna de nota.

O longa dirigido por Hugo Prata um diretor homem, surpreende ainda pelos aspectos sociais do direito das mulheres, passando por temas desde o desejo feminino naturalizado e não como algo que tornaria a protagonista uma atroz social, até o fato da força da mulher, como gerente de uma casa, como protagonista de sua própria vida, que luta pelos seus diretos sempre frente a homens que tentam ofusca-la e domina-la jurídica ou fisicamente, uma personagem apesar de tudo forte, que vive um relacionamento abusivo, vive a perda dos filhos e de tudo que conhecia e sobrevive.

Angela aqui é a interpretação da mulher forte, verdadeira, onde apesar de não compreendermos a trajetória por trás da construção dessa força, a valorizamos profundamente.

Para fazer isso, o longa busca aqui uma direção de arte riquíssima e uma produção que não poupou esforços de locações e atores que chamam atenção. Além disso, com uma trilha marcante e uma fotografia que pode ser considerada perfeita, principalmente por trazer a tona a confusão e agressão em que a protagonista se encontra, com uma iluminação naturalista e uma decupagem que imerge o espectador a ponto de passar despercebida, sem grandes excessos.

O longa metragem brasileiro chega aos cinemas em 31 de Agosto de 2023 e para adentrar no dia a dia de uma socialite que não tem uma vida de rosas, e notar a realidade dos relacionamentos abusivos, Angela com certeza vale o seu ingresso.
 
 
 

Comments


  • Whatsapp
  • Instagram
  • TikTok
  • LinkedIn
2-removebg-preview_edited.png
bottom of page